quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Preenchendo o Vazio

Há um Vazio


Muitas pessoas vivem a vida de uma forma tão cheia de ocupações. De coisas para fazer em casa, no trabalho, na escola ou universidade, na balada, etc, que acabam não parando para analisar sua própria vivência. Estão sempre se comunicando com outras pessoas, recebendo informação, seja por um livro, pela TV, pelo rádio ou pela Internet. Muitas vezes é uma música ou um programa de TV, e depois outro e outro. As pessoas, em sua ansiedade, não conseguem silenciar-se, na verdade não querem silenciar-se, pois quando tudo a nossa volta e inclusive nós mesmos nos silenciamos, conseguimos ouvir as vozes que falam dentro de nós mesmos. Vozes do passado, lembranças, culpas, vozes da consciência, dúvidas e angústias. E o pior, neste momento a pessoas consegue perceber, sentir, e quase ser esmagada pelo Vazio.



Percebemos que somos limitados em nós mesmos, e que por mais que venhamos a interagir com outros e demonstrar toda nossa alegria, simpatia, inteligência, capacidade, beleza e tudo mais, na verdade isto não passa de uma casquinha, uma impressão que tentamos passar, afim de que venhamos a convencer aos outros e até nós mesmos de que realmente somos assim. Mas como eu disse, não passa de uma casquinha, uma máscara. Pois, se viermos a olhar para dentro de nós mesmo iremos perceber o quanto estamos e somos incompletos.



Este assunto me faz lembrar de uma conversa que eu tive certa vez com uma colega de trabalho. Era final de ano e eu estava participando de uma confraternização organizada pela empresa, e todos os funcionários estavam reunidos, se preparando para participar da revelação e troca de presentes do amigo secreto. E lá havia uma moça que sempre demonstrava ser muito animada, pra cima, contente, brincalhona. Porém, eu percebi que ela estava lá fora do portão da empresa, sozinha, fumando, pois era proibido fumar lá dentro. Eu me aproximei dela e disse:



- Se você parasse de fumar, poderia se divertir mais, aqui dentro. – eu queria incentiva-la a parar de fumar.



- Eu estou me divertindo, só dou umas saidinhas de vez em quando, pra fumar. – me respondeu de forma taxativa.



- Mas, se tu parasse de fumar, tu poderias te divertir por muito mais anos de tua vida. – falei, tentando leva-la a uma reflexão mais ampla.



- Eu parei de fumar durante dois anos, mas agora voltei, e nunca mais vou largar o cigarro. – me respondeu.



- Porquê? – perguntei, tentando compreender a situação dela.



- Durante o tempo em que eu parei de fumar engordei muito... – me respondeu ela, enquanto fazia o formato de algo bem grande com as mãos.



- Mas é só não comer mais do que você come hoje... – rebati.



- Não dá, vem a ansiedade, a preocupação, e eu tenho que fazer alguma coisa, e daí eu como. Se eu não comer, só me resta tomar anti-depressivo. Sabe como é? Tem que ter algo pra preencher. Parece que sempre está faltando algo.



Daí um rapaz trouxe uma bebida para ela. Ela ficou ali, fumando e bebendo.



Eu, porém, tirei desta situação uma maior convicção de o quando o vazio da alma humana é latente. As pessoas, porém, tentam preenche-lo de forma imediata, instantânea, e de preferência, que não gere danos à imagem que querem passar aos outros, de alegria e satisfação.



Muitos perdem totalmente o controle sobre esta situação e acabam presos em algum vício, tornando-se pessoas descontroladas, drogadas, alcoólatras. Outras caem em profunda depressão, não vendo mais saída para suas vidas, aparentemente, só lhes resta a morte, o suicídio.



Estes são casos extremos, de muitas pessoas nas quais o vazio extrapolou o mundo interno e começou a interferir na casquinha externa. E elas até mesmo desistiram de tentar demonstrar algo que não são, deixaram vir a tona toda o vazio e infelicidade que existe dentro de si. A maioria das pessoas, porém, não chegam a tanto, e continuam encenando, fingindo ser o que não são. Utilizando, dentro do controle, ou não, recursos artificiais que os permita fugir da sua realidade interna.



Quero deixar bem claro que a saída, a solução não está em nenhuma das duas situações acima. Não adianta desistirmos da vida, nos atirarmos, nem mesmo há valor em ficarmos fingindo, encenando. O que precisamos é encarar de frente a questão, o problema, o vazio. E partirmos para o ataque, termos coragem para enfrenta-lo, senti-lo e buscarmos uma razão para ele.



Pois há sim algo que verdadeiramente pode nos preencher e nos fazer satisfeitos, completos e felizes a ponto de que nada possa abalar nossa alegria. Este algo é único, perfeito e minha tarefa é apresenta-lo a você.



Sim, só uma coisa que pode preencher o homem de maneira perfeita.



Na minha infância ocorreu uma situação que pode bem ilustrar esta questão. Ainda me lembro de que quando eu era criança eu gostava muito de montar quebra-cabeças. E numa determinada ocasião, eu me recordo que uma prima ganhou um quebra-cabeças com mil e quinhentas peças. Todas juntas formavam uma cana da “Turma da Mônica”. Ficamos uma tarde toda montando aquele negócio. Aos poucos a imagem ia criando forma. Cada vez estávamos mais pertos do fim. Até que finalmente ele estava completo.



“Mas, espera aí, onde está o nariz e a boca do Cascão?”, gritou a minha prima. Nós passamos o restante todo da tarde procurando aquela peça que havia se perdido. E não a encontramos. Daí eu tive uma brilhante idéia: como nós sabíamos qual era a peça que faltava, e qual o desenho que havia nela, poderíamos fazer uma outra igual. Peguei uma cartolina branca, lápis e giz de cera e desenhei a boca e o nariz do Cascão, depois recortei no formato da peça faltante. Foi trabalhoso, mas a obra estava completa. Deu certo? Não! Ficou horrível, e mesmo que eu tivesse feito no computador e recortado a laser, essa nunca seria a peça que estava faltando. Podia ser colocada no lugar, podia parecer legal, mas nunca iria completar verdadeiramente o quadro.



No nosso coração, nossa alma, é da mesma forma, por mais que venhamos a buscar coisas que possam nos preencher, nos satisfazer o vazio, nada artificial, criado por nós ou por outros (como drogas, bebidas, TV, festas, etc) poderá nos completar verdadeiramente. A não ser que venhamos a nos preencher com o que realmente está faltando, que achemos a peça que se perdeu.



Há uma esperança, uma resposta.



Sim, vou te apresentar a chave para este enigma. E talvez ela te pareça algo tão antigo e simples que você não venha inicialmente a crer, mas não se engane: as respostas para as questões mais complexas estão em coisas simples.



Há um livro muito antigo, que começou a ser escrito a mais de quatro mil anos, e que traz em si histórias e relata fatos que podem nos trazer grandes respostas. Quase todos tem este livro em suas casas, porém, poucos arriscam-se a lê-lo. Estou falando da Bíblia, e aqui não quero me dedicar a discutir sua autenticidade ou não, apesar de que por eu ser um historiador poderia fazê-lo com facilidade. Mas quero me deter em uma história específica que pode nos ser bem útil nesta questão.



Lá, na Bíblia, há a história de uma mulher que nos deixa grandes lições. Seu nome não sabemos, apenas consta que ela vivia em uma cidade chamada Samaria. O fato histórico é que os habitantes desta cidade tinham uma antiga rivalidade com os judeus, e isto envolvia questões políticas e religiosas.



Não sabemos muito sobre a vida desta mulher, mas lendo a história, que foi relatada por João, discípulo e apóstolo de Jesus, podemos perceber duas coisas sobre a personalidade dela:



1. Ela era bastante conhecedora da religião, da cultura e história de seu povo. Respeitava a tradição, tanto que ao conversar com Jesus, sem saber quem ele era, ela argumentou várias questões para tentar provar que a fé de seu povo era a correta, em detrimento da religião dos Judeus. Mostrou-se eloqüente e convicta do que acreditava.



2. Ela já havia tido cinco maridos e naquele momento vivia como amante de um sexto homem. Talvez tenha vivido toda sua vida em busca de um amor verdadeiro, alguém que lhe “completasse”, lhe “satisfizesse”.



Muitas vezes todo o conhecimento, toda a ciência ou teoria explicativa que envolve a vida de uma pessoa pode até aparentemente suprir seus questionamentos, suas questões existenciais, porém não bastam para suprir seu vazio, faze-la satisfeita, feliz.



Não sabemos o que possa ter levado ela a envolver-se neste grande número de relações afetivas. Mas chama-nos a atenção sua insistência na busca por um companheiro. Em nossos dias atuais não é difícil encontrarmos situações parecidas com a dela, pois muitas pessoas depositam suas esperanças de felicidade em outras pessoas. E isto com certeza levará à decepção, pois quando nos relacionamos com alguém com esta expectativa estamos movidos por uma ilusão de perfeição que não existe. Quando amamos alguém de verdade, devemos estar mais dispostos a dar do que a receber.



O fato é que esta mulher, como sempre fazia, em um determinado dia foi buscar água em um poço fora da cidade, no horário do meio dia. Junto ao poço estava um homem que ela sabia que não era de seu povo, devido a suas roupas. Ela, porém não sabia que ele era Jesus. Quando ela aproximou-se do poço ele pediu q ela que lhe desse um pouco de água. Mas ela lhe negou a água, argumentando sobre a diferença étnica e religiosa existente entre seus povos.



Em resposta ele disse:



- Se tu me pedisse água, eu te daria água Viva.



- Como tu pode me dar água, se você nem ao menos tem um balde? – respondeu ela com ironia.



Ele, porém afirmou:



- Todos que beberem desta água que tu tira deste poço voltaram a ter sede. Mas quem beber da água que eu der, nunca mais terá sede. Pelo contrário esta água será em ti uma fonte a jorrar para a Vida Eterna.



Ela, não entendendo nada, falou:



- Então me dê logo desta água para que eu nunca mais tenha que vir aqui neste poço...



Foi daí que ele revelou a ela que conhecia toda sua vida, falou dos seus cinco casamentos, do seu atual relacionamento. Ela então começou a entender de que tipo de água que ele estava falando. Saiu correndo e chamou toda a população de sua cidade para conhece-lo.



Jesus não estava falando de uma água que se bebe com a boca e que vai pro estômago, nem de uma sede que se sente na garganta. Ela não compreendia que Ele, a conhecendo, estava falando da sede da alma, de uma sede que todos temos.



É isto mesmo, a sede da qual Jesus estava falando para aquela mulher é o mesmo “vazio existencial” do qual os psicanalistas falam, e do qual estamos falando.



Isto mesmo! Ele ofereceu para ela uma água que poderia saciar aquela sede. Ele afirmou que quem bebesse dela nunca sentiria o vazio, a angústia, a solidão, a inquietação, a insatisfação, ou sem um sentido para vida.


Nosso convite é que você procure a este Cristo, pois Ele pode te fazer completo, feliz. Nele há perdão para o seu passado, seus pecados, todos diante de Deus são iguais e merecedores desta nova vida, desde que se arrependam e admitam que precisam beber desta fonte que é Jesus.



Prof. Dionísio Hatzenberger

Historiador

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